segunda-feira, 14 de junho de 2010

O LIVRO DE ELI E O LIVRO DOS LIVROS

Em 19 de março estreou no Brasil o filme O Livro de Eli (The Book of Eli) com Denzel Washington, Gary Oldman e Mila Kunis sob a direção de Albert Hughes e Allen Hughes. A história se passa num mundo destruído por uma grande guerra. Eli (Denzel) é um homem solitário que tem que proteger o único exemplar sobrevivente da Bíblia, mas Carnegie (Oldman), o tirano de uma cidadezinha, fará de tudo para obter o livro, pois sabe do seu valor para persuadir às pessoas. Mesmo que para isso tenha de matar Eli. O gênero é pós-apocalíptico (Mad Max, Matrix) e é um filme cheio de ação com uma bela fotografia.


Dentre muitos, dois pontos podem ser observados no filme em relação à Bíblia Sagrada:

O Uso da Bíblia – O filme mostra claramente que a Bíblia é algo positivo, que é útil para a reconstrução de uma sociedade destruída. No entanto, ele também mostra através do personagem Carnegie o mau uso que se pode fazer da Bíblia. E a História o confirma: em nome da Bíblia muitos já mataram, oprimiram, enganaram, fizeram cruzadas e inquisições e a usaram como fonte de ganancioso lucro pessoal. Infelizmente, tais abusos ainda ocorrem. Mais do que ler a Bíblia, há que se saber interpretá-la, conhecer sua mensagem geral para que citações isoladas não sejam usadas para propagar as sandices humanas.

A Bíblia entre Outros Livros – Numa determinada cena do filme, a Bíblia é posta na mesma estante que outros livros sagrados. Do ponto de vista literário, a Bíblia pode ser comparada com outros escritos sagrados ou não. Sendo a palavra de Deus em palavras de homens a Bíblia reflete no seu texto os vários gêneros literários (poesia, romance, tragédia, etc.). Porém, a Bíblia destaca-se dos demais livros sagrados e profanos por sua singularidade. 

A Bíblia é única na sua coerência, pois escrita por vários autores e em épocas e lugares diferentes transmite uma única mensagem;

A Bíblia é única na sua preservação, pois é o livro mais antigo preservado no maior número de cópias manuscritas tendo sobrevivido à perseguições, queimas, proibições e ataques a sua mensagem durante séculos;

A Bíblia é única na sua propagação, pois é o livro mais traduzido do mundo e o mais vendido e distribuído;

A Bíblia é única no seu impacto na Literatura, pois, "se todas as Bíblias de uma cidade grande fossem destruídas, seria possível restaurar o Livro em suas partes essenciais, a partir das citações dele feitas existentes nos livros da biblioteca pública municipal. Existem livros cobrindo quase todos os grandes autores literários, escritos especificamente para mostrar o quanto a Bíblia os influenciou", conforme afirmou Cleland B. McAfee no seu estudo sobre a influência da Bíblia sobre a literatura inglesa [1]. Digno de nota é a influência da Bíblia em dois clássicos literários que fizeram muito sucesso através do cinema: a trilogia O Senhor dos Anéis de J.R. Tolkien e As Crônicas de Nárnia de C. S. Lewis.

A Bíblia é única na sua reivindicação de inspiração divina, pois a Bíblia tem a seu favor o testemunho das profecias cumpridas, da credibilidade histórica, da unidade de sua mensagem apesar de formada por vários livros de autores diferentes e seu poder de transformar vidas.

A Bíblia pode ser colocada na estante junto com outros livros, mas jamais estará no mesmo nível que eles. O filme O Livro de Eli é um testemunho artístico das palavras de Jesus: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Marcos 13.31).

NOTA
[1]Citado em Evidência que Exige um Veredito de Josh McDowell, Editora Candeia (1992), pp. 29-30.


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